Com tudo o que fazer em Aracaju, a cidade mostra que tem o dom de surpreender. Tudo bem que a região não faz parte do principal do Nordeste, e é essa justamente a grande graça: conhecer um canto tão lindo quanto outras capitais da vizinhança, mas com a chance de ficar quase sozinho em uma lagoa, em uma vastidão de dunas, na água doce dos rios ou nas faixas largas de areia. Sem aglomeração. Sem vendedores, sem os turistas com seus celulares e paus de selfie em mãos e sem a criançada correndo. Sem até mesmo moradores.
Praias de Aracaju
Os aracajuanos se orgulham da orla de Atalaia, conhecida como a mais bonita e mais bem equipada do Brasil. Não tem mesmo igual. Ela nasceu em 2006 quando o governador colocou de tudo nos 6 km de orla: pista de motocross, campo de golfe, pista de skate, quadra de tênis, parquinho para crianças, lago com pedalinho, circuito de kart, academia… tudo gratuito para que a população – e os turistas – tenham à disposição o maior centro de lazer a céu aberto.
A orla e a faixa de areia são largas: custa a chegar ao mar. Mas com tantos afazeres no “calçadão” e as praias maravilhosas ali perto, a distância até a água não importa.
Os moradores de Aracaju adoram se exercitar na praia de Aracaju, a praia de Atalaia, mas não costumam fincar os guarda-sóis por ali. Para pegar praia, vão até as faixas de areia ao longo da rodovia José Sarney: as praias de Aracaju Aruanda (antiga Aruana), Robalo, Náufragos e Refúgio.
Na Praia dos Náufragos, a turma da academia e que gosta de tomar um drinque ao som de uma música lounge se encontra na barraca chiquezinha Duna Beach. Lá o italiano Max mistura a gastronomia italiana à brasileira, a exemplo do delicioso nhoque recheado com filé de robalo e da carta de vinhos junto a cervejas e caipirinhas de mangaba e cajá. Outra barraca point é a Parati, na praia do Refúgio, de mais um gringo que se apaixonou pela cidade: o holandês Harry. Ali o carro-chefe é a moqueca com filé de pescada amarela e com camarão e o robalo ao forno. O menu é assim saudável: o pesado azeite de dendê não faz parte do cozimento e as opções de fritura são pouquíssimas.
A melhor praia de Aracaju
Para comer bem em Aracaju, parar nessas barracas é imprescindível. Mas no quesito praia é melhor rumar para a rústica Praia do Saco, de areia branquinha e com trechos ora na beira do Rio Real ora na beira do Atlântico. Algumas poucas casas de veraneio e uma igrejinha formam a paisagem. No caminho até ela, pare na Lagoa Azul, ou Lagoa dos Tambaquis, mais um ponto do Estado que teria tudo para fazer estardalhaço, mas fica ali quietinho esperando aparecerem os poucos turistas e os sortudos moradores do compacto Estado.
Um barzinho com cobertura de palha e algumas mesinhas de plástico são toda a infra do lugar. É que a boa mesmo é comprar um punhado de ração, entrar na água até a cintura e ter o luxo de alimentar, ficando lado a lado, centenas de tambaquis grandões, de cerca de 50 cm. Se não der vontade de ir embora, tudo bem. Ver o sol se por ao fundo daquela lagoa é mais uma das boas na lista de o que fazer em Aracaju e uma das dezenas de boas atrações que a natureza arquitetou em Sergipe.
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Outro por do sol que não dá para perder quando escolher o que fazer em Aracaju é ali ao lado, nas Dunas do Saco, as dunas de Aracaju. São como as de Natal, mas sem bugueiros e sem gente. É o lugar onde um outro morador vai lá caminhar descalço, pensar na vida e ver do alto das infindáveis e lisinhas montanhas de areia o fim de tarde que todos os dias pinta o céu de Sergipe de um rosa vibrante.
Mangue seco
A lagoa e todas essas praias estão no litoral sul, no caminho para um dos passeios indispensáveis para quem está procurando o que fazer em Aracaju: ir a Mangue Seco. A praia na verdade faz parte da Bahia, mas o acesso mais fácil e rápido é por Sergipe. Uma escuna, operada pela Nozes Tour, parte todos os dias da região do Mosqueiro, às 9h da manhã, em direção ao povoado de 250 habitantes conhecido por ter sido cenário da novela Tieta do Agreste.
No vilarejo com jeito de Jericoacoara antes da fama, não há calçamento. As ruas, que devem estar iguais desde a gravação da novela em 1989, ainda são cobertas de areia, e 99% das poucas casas da “cidade” oferecem quartos a qualquer um que resolva ficar por lá – coisa que não é difícil ao ver o Rio Real verdinho logo ali na frente chamando para um mergulho. Caso não seja o seu estilo alugar um quarto qualquer, é só reservar uma noite na graciosa e aconchegante Pousada Fantasia do Agreste, onde todos os 18 quartos têm varanda, e os mais altos, uma linda vista para o rio.
Tanto faz se são os aventureiros que resolvem dormir na vila ou os turistas que vão só passar o dia. Todo mundo faz o mesmo passeio em Mangue Seco: roda em bugue pelas dunas da região. O cenário impressiona a cada minuto. Culpa do gigantesco mar de coqueiros que surge abaixo das montanhas de areia e do trecho de praia vazia e quase virgem.
Depois de fazerem o circuito com emoção moderada, os bugueiros matam a vontade dos viajantes e param à beira-mar para que, enfim, o pessoal que veio de longe curta um revigorante banho de água salgada ou de sol naquele litoral maravilhoso de areias desertas.
Se você for para Salvador, você pode também pegar um passeio saindo de Salvador para Mangue Seco com 12 horas de atividades. Inclui as dunas de Mangue Seco, passeio de bugue, a travessia do rio, visita à casa de Tieta, entre vários outros.
Cânions do Xingó: o principal passeio em Aracaju
Mangue Seco é um dos principais passeios de Aracaju. Mas, se por acaso você só tivesse um dia em Sergipe (no subjuntivo mesmo porque ninguém comete esse erro), o lugar imperdível da região – e também de todo o Brasil – são os cânions inundados pelo lago da hidrelétrica de Xingó, carinhosamente apelidados de Cânions do Xingó.
Organize a sua viagem
Não se pode negar que chegar lá é cansativo. São três horas de estrada por um trajeto pelo sertão do Sergipe recheado de mandacarus ao longo de um solo rachado pelo sol. Mas vale a pena porque é dos principais lugares para conhecer a partir de Aracaju. Quando a estrada esbarra em Canindé do São Francisco parece revelar um oásis formado pelo aguaceiro vindo do represamento do Rio São Francisco.
Trata-se de um corredor de água verde-esmeralda espremido entre rochas de arenito avermelhadas que chegam a 90 metros de altura e ocupam 60 km de extensão. O alagamento para a construção da hidrelétrica, inaugurada em 1994, transformou o rio que até então tinha 3 metros de altura em águas que chegam a 150 metros de profundidade. Formou também o quinto maior cânion navegável do mundo e uma atração e tanto.
Um catamarã bem equipado, com bebida, petiscos e chuveiro a bordo, operado pela MF Tur, faz a navegação entre aqueles cânions grandalhões até chegar a uma piscina natural de águas verdinhas onde não tem como resistir a um mergulho. Dali, vale pegar um passeio de caiaque entre os paredões de pedra, que, embora seja curto e rápido ( leva menos de 20 minutos com a ida e volta) não deixa nada a dever para lugares como as ilhas da Tailândia.
Para quem se acostumou em ficar longe da muvuca, a empresa também oferece passeios bem privativos. Dá para rodar de lancha pela região; alugar a Preciosa,um barco de 60 pés e e dormir lá mesmo em meio ao Velho Chico; ou fazer um sobrevoo de helicóptero que tem preço dos mais competitivos quando se trata desse “meio de transporte”: em 2016, por exemplo, custava R$ 150 por 4 minutos, R$ 250 para oito minutos e R$ 500 para 16 minutos (pagos em até 10 vezes). Pode acreditar: ver o sertão virar água lá do alto vale cada real investido.
Se sobrar fôlego, ainda tem mais o que fazer no caminho para Aracaju: é possível parar na Grota do Angico – a 40 minutos de Canindé e geralmente vendido como passeio opcional pelas agências. O local foi onde Lampião, Maria Bonita e outros 11 cangaceiros do bando foram emboscados e mortos em 1938. Mais uma opção é dormir no melhor hotel de Canindé, o Xingó Parque Hotel (onde todos só quartos têm janelonas com um baita visual da hidrelétrica e do São Francisco), e além de evitar o cansaço de passar 6 horas do dia na estrada (a ida e volta para Aracaju), você tem a chance de visitar no dia seguinte o município de Piranhas, que, já do lado de Alagoas, é mais um trecho marcado pela história de Lampião.
A melhor praia perto de Aracaju
Todo mundo concorda que conhecer os cânions do Xingó é o melhor passeio perto de Aracaju. Mas se existisse a categoria “praia”, o imbatível é ir à Crôa do Goré e à Ilha dos Namorados. O primeiro, de nome bem esquisito para homenagear o crustaceozinho que dá naquelas bandas (o Goré), é famoso há tempos: é um banco de areia no meio do rio.
É uma delícia tomar uma cerveja ou uma água de coco ali no meio, com água até a cintura, se protegendo do sol nos quiosques de palha ou remando pranchas de stand up disponíveis por lá. Lanchas saem da Orla do Por do Sol todo tempo por R$ 35 e levam até a Crôa do Goré. É prático, mas tem um problema: elas não chegam até a segunda etapa do passeio, a mais bonita: a Ilha dos Namorados.
Organize a sua viagem:
Parece até combinado entre os passageiros. Quando ela surge no horizonte, é o sinal para que todo mundo vá para a proa ver a ilha se aproximar. É uma vastidão de areia plana na esquina entre o Rio Vaza-Barris e o Atlântico. O que significa que ao olhar para um lado, estão lá redes para se estirar sobre a água doce e calma. Do outro, estão as ondas do mar. E, no meio do areal que parece alcançar o horionte, lagoas cristalinas recortam o terreno para deixar o visual ainda mais bonito.
Aracaju: o que fazer na cidade
Já que a base para explorar tudo isso é Aracaju, saiba que ela não é daquelas cidades-dormitório, onde o pessoal só dorme e já parte logo para os passeios lá perto. Vale reservar pelo menos um dia inteiro para essa capital brasileira organizada e tão limpa que lixo no chão é artigo raro.
Não dá para deixar de fora da programação o ótimo Museu da Gente Sergipana, com concepção artística de Marcello Dantas, o mesmo responável pelo projeto do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Extremamente interativo, diverte (e ensina para valer) crianças e adultos. Converse com um vendedor de produtos sergipanos que está em uma tela de cinema, faça repentes e envie-os aos amigos, sente em um carrinho que simula passar por paisagens do Estado e brinque em uma mesa digital para adivinhar ingredientes de pratos típicos, como o pirão de guaiamum e a feijoada sergipana.
Depois de ver o museu, rode mais 1,5 km para chegar a mais uma atração em Aracaju: o Mercado Municipal. Na verdade, são três mercados interligados, com bancas vendendo artesanato bem local como miniaturas de bares com mesinhas nas calçadas, cachaça local, livrinhos de cordel, comidas (na Casa da Farinha, por exemplo você verá a feitura de queijadinha, mal-casado e beijú molhado), ervas e temperos.
No mercado, a dica é almoçar no Caçarola, restaurante por quilo cheio de pratos típicos. O carro-chefe é o Camarão de Cueca ( uma moqueca de camarão na qual a casca do final do rabo do crustáceo não é removida e daí o nome).
Já no quesito doces fazem sucesso o Negão Gostoso (espécie de petit gateau com pudim de chocolate em vez do bolinho) e a Moça Virgem (banana caramelizada com sorvete de tapioca), nomes em alusão às casas de prostituição que existiam antigamente por ali.
No fim de semana não dá para perder a feirinha de cultura e artesanato do Mosqueiro. Melhor ainda se for no sábado ao pôr do sol, quando Valtinho do Acordeon chega navegando em sua canoa pelo rio ecoando o som do instrumento, de forma parecida ao Jurandi do Sax, em João Pessoa. Nisso Aracaju não foi original.
Mas logo depois, quando a noite cai e as estrelas surgem no céu, a feira é tomada por dançarinos que fazem apresentação de reizado, forró, samba de coco… um sinal de que Aracaju ainda preserva suas tradições tipicamente nordestinas e de que não falta o que fazer em Aracaju.
Onde ficar em Aracaju
A maioria dos hotéis está enfileirada na orla de Atalaia, de frente para a praia. É esse o melhor ponto para se hospedar em Aracaju. Outra vantagem: os preços são bem parecidos entre si e os hotéis têm bom custo-benefício.
Dica de hotéis: Real Classic, Ibis Budget, Aquarios Praia Hotel e NB Hotéis
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7 comentários
Ótima reportagem. Um adendo, há alguns anos já não existe a atração cultural nos fins de tarde de sábado na Orla por do Sol no Mosqueiro.
(Uma questão de interesse político, prejudicando os comerciantes locais que antes da construção da orla e da ponte, tiravam seu sustento do grande movimento de viajantes na antiga Balsa).
Oi Jéssica, que bom que você gostou. Obrigada 🙂 Não tem mais as apresentações de dança então? vou corrigir isso no texto. Obrigada pela informação.
Vcs calculam custo de pacote de viagem ou poderia me dizer onde eu conseguiria fazer todo esse pacote turístico
Oi Alan, não somos agência d turismo. Você deve procurar uma agência ou operadora para que te passem o custo do pacote.
Bom dia! Poderia me indicar uma empresa de confiança p fazer o Canion do Xingó? Estaremos com 2 crianças pequenas ( 4a/2a) e confesso q fico insegura…..
Oi Renata, fiz o passeio com a Toptur Viagens. A empresa também tem boas recomendações de outros passageiros no Google.
O pior lugar para conhecer em Aracaju é a Broa do Borė transporte caro para chegar ao meio do nada e não ver nada eu odiei.
Propaganda enganosa do lugar