Para, enfim, ver as praias de Belize banhadas por aquele Mar do Caribe absurdamente transparente, existem duas direções a partir de Belize City: seguir para o norte, até San Pedro e a ilha Caye Caulker, ou rumo ao sul, com destino às praias Hopkins e Placencia, o que eu fiz. De Belize City a Hopkins são só 134 km, mas como a estrada não é das melhores e é preciso fazer um desvio, levei pouco mais de duas horas.
No caminho, surgiam morros recobertos de vegetação, quer dizer, eu pensava que era isso. Mas na realidade eram templos maias que ainda não tinha sido escavados. Louco, né? Isso me deixou mais uma vez com a sensação de que eu estava na Cancún dos séculos passados. Nas estradas também é coisa comum avistar moradores pedindo carona. “Se a pessoa precisa ir para o mesmo lugar aonde estou indo, por que não levá-la?”, dizia o belizense que me acompanhou, o Jody.
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Olhando no mapa, o caminho de Belize a Hopkins não faz muito sentido: seria mais curto seguir direto para o sul, mas por conta da (baixa) qualidade da estrada é mais rápido desviar para o leste até a capital Belmopã, e só então descer para o sul.
Quando passar a capital Belmopã, não perca a entrada para o St. Herman’s Blue Hole National Park (nem confunda-o com o famoso “great” Blue Hole). Esse é um poço de água azul, cercado pela mata, onde é um grande barato mergulhar junto dos peixes que moram ali. O acesso é fácil. É só parar o carro bem na frente do parque, caminhar cinco minutos por uma trilha e, pronto: aparece o poço azul de água geladinha esperando para você entrar.
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Nadar no Blue Hole já seria espetacular, mas o dia em que entrei naquela água foi ainda mais especial. Havia um alerta de furacão (que acabou não acontecendo) e, só naquele dia, o parque iria fechar ao meio-dia. Conversei com o guarda para me deixar entrar rapidinho, a chuva já tinha começado e eu era a única turista por lá. Mergulhei na chuva, com o privilégio de ser a única turista, e fiquei nadando e boiando, feliz como uma criança .
Hopkins: uma das praias de Belize
Assim que cheguei na praia de Hopkins, me apaixonei pelo clima dessa vila. As ruas são de terra batida, e as casas, bares, pousadas e restaurantes são bem coloridos, pintados de verde-limão, azul, roxo e rosa, deixando um certo clima hippie no ar. Os mil moradores do vilarejo vão e vêm de bicicleta, enquanto turistas caminham despojados de chinelos. Outro jeito de circular por lá e em carrinhos de golfe alugados por essa cidade de só três ruas principais.
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Hopkins é um bom ponto para ser usado como base para os passeios das redondezas, porque tem praia (ainda que não seja das mais bonitas) e está a 45 minutos da linda Placencia e a meia hora do Bocawina National Park, parque com tirolesas e três cachoeiras lindas. Fiz a trilha até a Cachoeira Antelope, e é bom avisar que a trilha não é das mais fáceis: é cheia de pedras que usei como degraus e em vários pontos tive que usar cordas como apoio para a subida, e nada de o aguaceiro aparecer. Uma hora depois, lá estavam enfim as quedas. Naquele dia, a água estava escura porque tinha acabado de chover, mas aquele poço geralmente é bem verdinho e gostoso para nadar.
Hopkins é lugar da cultura garifuna, originária dos negros africanos vindos do Caribe. Fui conhecer mais da cultura garifuna com uma aula de percussão no Lebeha Drumming Center, onde o garifuna Jabbar dá aula para a comunidade e para os turistas (por US$ 30), em um quiosque na beira da praia todo decorado com fotos de Bob Marley. Não levei muito jeito para a percussão (acho que em mais uns cinco anos de treino fico boa), mas foi bem divertido.
Para continuar na onda garifuna, passe no restaurante Innie. É simples, mas tem a melhor comida garifuna da cidade. Por US$ 10, você pode apreciar o Bundiga (peixe com banana cozida em leite de coco) ou o Huduto (peixe servido em sopa de leite de coco acompanhado de purê de banana amassada e tapioca), o que eu provei. Cada um custa US$ 10.
Placencia: o acesso para as ilhas de Belize
Para ir até a ilha mais bonita do meu roteiro, a ilha de Silk Caye, fui de Hopkins até Placencia (em um trajeto de 45 minutos) para pegar o barco. A cidade de Placencia é o principal ponto de embarque para quem vai só curtir as ilhas espetaculares ou mergulhar Se a ideia é descansar em um pequeno pedaço de terra no meio do mar azul-turquesa caribenho, é uma boa conhecer Lime Caye, Long Caye e South Water Caye. Mas para mergulhar, seja de snorkel ou cilindro, um bom ponto é a Silk Caye.
Os barcos da Splash Dive Belize – a principal empresa de mergulho do país – partem pela manhã de Placencia para Silk Caye. A Splash Dive é bastante profissional: na sede da empresa, antes de o barco sair, cada um prova os snorkels, pé de pato e equipamento de mergulho para não ter incômodos no meio do passeio. Achei isso ótimo, porque já fiz mergulhos em que provávamos o equipamento no meio do mar, pouco antes de mergulhar.
Você sabia? Para chegar a Belize, é possível fazer uma conexão rapidíssima, com espera de só uma hora, na Cidade do Panamá. O voo é com a Copa Airlines
No caminho, vários golfinhos saltitavam ao redor do barco, causando um baita alvoroço, mas inquietação mesmo foi ao ver o barco lançar âncora diante da Silk Caye: era naquela ilha de sonho – com comprimento de vinte passos, seis coqueiros e banhada por um mar azul-turquesa transparente – onde eu ia passar o dia todo. O passeio inclui dois mergulhos guiados com snorkel ao redor da Silk Caye e um mergulho com snorkel em outra área junto de tubarões, arraias e tartarugas! Para quem mergulha com cilindro, inclui dois mergulhos com cilindro e o outro com snorkel. Um almoço rústico, com frutas, peixe e arroz, servido no meio da ilha também está incluído. Para o snorkel, o tour, que vai da manhã até às 16h, custa US$ 120, e para mergulhar com cilindro custa US$ 160.
Os mergulhos são deslizando entre corais fosforescentes, peixes roxos e barracudas. Confesso que vi mais corais mergulhando com snorkel em Belize do que mergulhando com cilindro na Grande Barreira de Corais da Austrália. Isso porque a barreira de Belize tem mais corais vivos do que a australiana. Me senti no meio de uma floresta submarina que fica ainda mais espetacular naquele mar azul clarinho. É um momento perfeito para pensar em nada. Ou melhor, pensar no privilégio que é conhecer as praias de Belize.
Placencia: outra praia de Belize
Depois do mergulho, ainda fui dar uma voltinha em Placencia para conhecer a cidade. Na beira da praia está a rua que entrou para o Guinness Book como a mais estreita do mundo. Ela é cheia de casas bem coloridas, pintadas pelos próprios moradores. Perguntei para o meu guia o motivo de elas serem assim, e ele explicou que um morador pintou a dele, e para os vizinhos não ficarem para trás com casas feias foram pintando também e desse jeito a tradição foi se espalhando.
Também não deixem de passar na sorveteria Tutti Frutti, onde no verão se formam filas na porta. Os sorvetes são feitos à mão, bem cremosos e ao estilo italiano. Tem desde os sorvetes comuns, como coco e morango até umas invenções como cenoura com limão. A minha despedida de Belize foi desse jeito, mas prometi voltar para ir a ainda mais praias e ilhas.
*Viajamos a Belize patrocinados pela Copa Airlines, que voa para Belize a partir de São Paulo, às terças e sextas-feiras, com conexão na Cidade do Panamá
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