Há 251 estações de esqui na França, mas poucas são tão charmosas e autênticas quanto Samoëns, no coração dos Alpes Franceses. Tudo bem que charme é aquele adjetivo que não falta para as estações de esqui, mas é que Samoëns é mesmo especial: é uma vila de montanha desde o século 14, o que quer dizer que além de esquiar você fica em meio a uma cidade medieval com muito o que ver.
Samoëns não é uma vila montada para uma estação de esqui, e sim, o contrário: uma cidade histórica cercada de uma estação de esqui na França. Quem visita Samoëns pode tanto se envolver horas e horas no esqui quanto visitar diversas atrações: tem a vila com igreja medieval, mercados antigos e jardins; trekkings nas montanhas; os deliciosos restaurantes franceses…
Onde fica a estação de esqui francesa Samoëns
Samoëns é das estações de esqui mais fáceis de chegar. Isso porque ela está pertinho de várias cidades importantes: a 45 minutos de Chamonix, a uma hora de Genebra, na Suíça, a duas horas e meia de Lyon, e, de Paris, a 4 horas e meia no trem rápido TGV. Se você for de avião, pode pegar um voo para Genebra e um transfer privado para Samoëns. Ou, se preferir um transporte local, dá para pegar um trem do aeroporto até a fronteira da França, de lá um trem para a cidade e então um táxi até o hotel. Seja como for, o caminho já é um passeio panorâmico, inteiro contornado pelas montanhas nevadas para colocar ainda mais expectativa.
Samoëns tem só 2.500 habitantes, mas não pensem que por isso a estrutura é pouca. São tantos hotéis e apartamentos que essa estação de esqui na França tem capacidade para 30.000 pessoas. Me hospedei no ótimo hotel Neige et Roc, onde já fui recebida com tarte tartin, macaron, queijos e frios franceses. Na tábua, havia o clássico brie e queijos diferente para o meu repertório, como o delicioso reblochon, típico da região (fica a dica: não deixem de provar).
Como é esquiar na estação de esqui francesa de Samoëns
Por ser uma cidade, ainda que pequena, Samoëns conta com a vantagem de ter lojas para comprar ou alugar roupas e equipamento de esqui (algumas estações de esqui no mundo, afastadas das vilas, não têm essa praticidade). Aluguei meu equipamento (o aluguel custa por dia a partir de € 25) no dia anterior em que iria para a montanha para ganhar tempo, já que não é instantâneo achar o esqui ideal para o seu tamanho, provar as botas, capacete, etc.
Com esse macete, você pode guardar o equipamento em uma área específica no hotel e, no dia reservado para esquiar, fica facinho chegar cedo na montanha.
Samoëns não é das estações ski in e ski out – o termo é quando é possível sair do (e chegar no) hotel com o ski nos pés. Mas quatro linhas de ônibus rodam pela estação a cada 15 minutos e, para chegar aos pés da montanha, do hotel Neige et Roc por exemplo são só dez minutos com o ônibus.
Eu já tinha esquiado outras vezes, mas preferi começar do zero e reaprender as técnicas. Para iniciantes, Samoëns é ideal porque conta com a maior área esquiável da Europa para iniciantes. Mas os mais experientes também têm pistas de sobra para esquiar: são 142 pistas espalhadas por 265 km de área esquiável e 62 lifts.
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Minha aula começou na área para iniciantes, situada em um ponto estratégico: bem em frente ao Club Med Grand Massif, o único hotel ski in e ski out de Samöens, no plateau de Saix, na montanha Grand Massif. É ali, depois de pegar uma gôndola com visual para o vale o rio e as montanhas, que todos partem para as pistas, sejam as dedicadas aos iniciantes sejam aquelas para o pessoal intermediário ou experiente, como a Piste des Cascades, uma das mais longas da França com mais de 13km.
Fiz a atividade Mindful Skiing, essencial para destravar a minha tensão com o esqui. Uma esquiadora instrui a focar no equilíbrio e na conscienência corporal ao esquiar, propondo exercícios para sentirmos o peso do corpo nos esquis e como cada movimento interfere, o que é essencial para esquiar com mais confiança.
Depois de descer e subir as pistas da “escola” cerca de três ou cinco vezes, todos já se sentem mais confiantes para esquiar nas pistas verdes. Foi o que fiz até dar fome.
Ninguém precisa ir embora da montanha para almoçar. Pode-se chegar deslizando com os esquis nos pés no restaurante na montanha Grand Massif: o Lou Caboëns, localizado em Samoëns 1600 (na altitude de 1.600m), todo envidraçado para almoçar vendo as montanhas nevadas. O restaurante é o lugar e o momento em que os amigos e a família se encontram, conversam sobre as aventuras e é o momento em que o pessoal faz uma pausa. Por isso, as espreguiçadeiras na fachada do restaurante dão o tom relax e deixam o cenário com um clima de praia (mesmo com dezenas de graus celsius de diferença). As turmas de amigos tomam uma bebida juntos antes de partirem de novo para as pistas.
No menu do Lou Caboëns vale provar as delícias francesas. Pedi o Brochet d’Onglet de Boeuf e o brownie com creme anglaise e pistache. Mas ainda tem no cardápio, por exemplo, o clássico francês entrecôte, linguini com frutos do mar e crustáceos e costela de porco ao molho de mel picante. Os pratos custam de €15 a € 25.
Como é a vila da estação de esqui de Samoëns
E já que Samoëns é uma autêntica vila de montanha, não deixem de reservar um tempo para conhecer as ruas e as atrações históricas. Vocês conseguem juntar duas viagens em uma só: curtir uma cidade histórica francesa e ao mesmo tempo esquiar.
O centro é pequeno e as construções estão pertinho. Há séculos aquele centro é lugar de encontros, e prova disso é o mercado La Grenette, construído no século 19. Na mesma praça, uma árvore (a Gros Tilleul) também é atração turística, porque foi plantada “apenas” em 1438. Você pode conhecer a igreja Notre-Dame de l’a Assomption, que teve a reconstrução feita em 1555 – detalhe: a reconstrução. A porta é de 1200, ou seja, lá dos tempos em que a França era feudo.
A igreja é toda em calcário e os trabalhos em pedra, aliás, são marca de Samoëns. Várias esculturas estão espalhadas pelo centro da estação de esqui francesa como homenagem aos responsáveis pelas primeiras construções: a estação de esqui patrimônio foi construída pelos tailleurs de pierre (talhadores de pedra).
A poucas quadras da praça histórica, está mais uma atração inusitada de Samoëns: o jardim botânico, em estilo britânico, dedicado às flores alpinas dos cinco continentes. Não é um simples jardim: tem 2400 espécies e foi criado em 1906 por uma celebridade da cidade: Marie-Louise Cognacq Jaÿ, a precursora do turismo em Samoëns. O jardim está aberto duante o inverno, mas fecha durante as temporadas de neve para proteger as espécies de plantas, e também os humanos de escorregarem em degraus.
Onde comer em Samoëns
Viajar para uma estação de esqui na França gera a boa vantagem de viver dias permeados pela gastronomia francesa. Nesse quesito, não deixe de ir ao Restaurant L’Étable, especializado em charcutaria e em comida regional. Mas, nada de deixar para a última hora, afinal, cabem apenas 20 pessoas no restaurante. O menu também é singelo: ao fazer a reserva, você receberá um menu com três opções (a partir de € 26) . E, como sempre mostra a gastronomia francesa, menos é mais.
O L’Étable (estábulo, em francês) está em uma antiga fazenda. Foi inaugurado há só dois anos e meio, quando Josien, após a morte do marido, resolveu montar o restaurante com receitas familiares na área do estábulo para servir os visitantes. O lugar, todo de madeira e dos mais aconchegantes, foi construído pelo irmão dela, e tanto o cenário quanto a história colocam no lugar um clima familiar e de conforto.
Os restaurantes de Samoëns usam ingredientes locais, para a alegria dos turistas que podem conhecer queijos e embutidos típicos da região. Um dos pratos mais tradicionais, e servido no L’Étable, é a sopa chatrée. É formada por várias camadas de queijo e pão e muitas calorias, mas é indispensável para o frio. Outras opções, tudo preparado na hora, são o pot au feu, o fricassée, o boeuf borguignon…
Outra dica de restaurante sem erro é o La Table de Fifine, onde o difícil é escolher entre tantas delícias no menu. O Fifine’s trabalha em parceria com produtores locais e é mais um que oferece temperos e sabores regionais. Caso fique na dúvida, você pode escolher o menu com três opções de entrada, três opções de prato principal e três de sobremesa por € 38. Alguns pratos do menu são a torta de vitela com risoto, vegetais e cogumelos (€ 35); fondue de três queijos (€ 23); truta de salmão com molho cítrico e confit fennel (€ 26) e, de sobremesa, queijo fresco com ervas, frutas vermelhas ou caramelo (€ 7,50).
Outro restaurante delicioso bem no centro de Samoëns e ótimo para um almoço despretensioso é o Au Relais Septimontain. Tem, por exemplo, para a entrada, tábua de frios da região (€ 14) e terrine de salmão defumado (€ 14). Como prato principal, algumas opções são o entrecôte com creme de pimenta flambado ao conhaque (€ 21), costela de cordeiro desossado cozido à baixa temperatura servido com ervas finas (€ 22) e fondue de queijos (€ 19,50). E, para a sobremesa, crème brûlée (€5) , flan de caramelo (€ 5), entre outros doces franceses. Para quem faz o estilo sempre em dúvida, uma ajuda é escolher o menu degustação, que por € 28 inclui entrada, prato principal e sobremesa.
Mais atividades na francesa Samoëns além de esquiar
Já ficou claro para vocês que Samoëns tem muito mais do que esqui. Fiz aula de ioga (pode ser contratada no hotel) e também uma atividade imperdível que vocês devem incluir no roteiro: a Afghan Walk. Se você nunca ouviu falar – assim como eu até então –, é uma técnica de respiração para fazer longas caminhadas. Era usada pelos nômades das terras altas afegãs para caminharem mais rápido cansando menos, e o incrível é que a atividade em Samoëns é feita em meio a montanhas maravilhosas nevadas.
A caminhada é em silêncio, prestando atenção na respiração ideal para subidas, decidas e terrenos planos, mas confesso que o cenário em volta acabava me desconcentrando. Não tem jeito. A cada passo, a vista se abria para montanhas e picos nevados intermináveis, até onde a vista alcança.
A respiração é sempre pelo nariz, em silêncio fazendo uma meditação ao caminhar, e com expirações mais longas do que a inspiração – o que relaxa e, com os músculos relaxados, facilita o caminhada. Realmente, a técnica de respiração ajuda e, sem esforço alcancei 1600 metros de altitude e uma das vistas mais bonitas de Samoëns: o mirante Bourgeoise, de onde dá pars ver Mont Blanc, a montanha mais alta dos Alpes e da União Européia, com 4.803,73 metros. A vontade é passar horas no mirante lá em cima, mas é preciso fazer o caminho de volta, agora com a técnica de respiração para descidas.
Hotéis na estação de esqui de Samoëns
Neige et Roc
Com a sinceridade de quem se hospedou nesse hotel quatro estrelas e aprovou, posso dizer que o Neige et Roc tem um dos melhores custo-benefícios da estação de esqui francesa. Com a estrutura de madeira, dá a sensação de estar em uma autêntica vila alpina. E, para completar o clima, de vários pontos do hotel é possível ver as montanhas de Samoëns. Apesar do clima de chalé nas montanhas, o hotel está do lado das lojas e restaurantes da cidade. O quarto é um charme com as paredes de madeira, e o Neige et Roc tem bastante estrutura: piscina aquecida, jacuzzi, sauna seca e úmida, restaurante, um hall super aconchegante… e o preço é bem acessível.
Residence Hôtelière La Renardiere
A só 800 metros do teleférico, esse hotel três estrelas faz o estilo apart-hotel. O Residence Hôtelière La Renardiere tem quartos bem aconchegantes e muita estrutura, com duas piscinas, sauna, lareira, mesa de sinuca, entre outros. O quarto também é bem equipado, já que todos têm sacada, cozinha e TV.
Como a estação de esqui de Samoëns se adaptou contra o coronavirus
O esqui já uma atividade ao ar livre e feito com um equipamento (luvas, esqui, sticks..) que já promovem as barreiras contra o coronavirus. Mesmo assim, a estação de esqui de Samoëns incluiu várias medidas como capacidade reduzida em lugares fechados, o uso obrigatório de máscaras a partir dos 11 anos e a recomendação de comprar os seus passes de esqui online para evitar filas. Veja abaixo as medidas contra o covid nas estações de esqui da França.
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*Viagem a convite do Escritório de Turismo de Samoëns. O conteúdo do post é independente, baseado na opinião livre da autora.
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