Muita gente viaja para fugir do automatismo da rotina. E voltar para casa depois de uns dias fora implica em ter de aguentar o assombro do cotidiano de novo: a fila demorada do supermercado, a musiquinha interminável de um SAC qualquer, o leite que estraga, o limite de velocidade na ruazinha do bairro e a porta giratória do banco. Durante a viagem, entretanto, perrengues tão ou mais chatos quanto esses desaparecem da lista de irritações.
Esperar três horas na fila da Torre Eiffel,no guichê para o passeio à Estátua da Liberdade ou em uma cadeira do aeroporto, tudo bem. Ter de caminhar pela cidade com a roupa do dia anterior porque o seu quarto do hotel não estava pronto não tem problema algum, mesmo que tudo que você quisesse para aquele momento era um banho. Passar frio o dia todo com os pés molhados da neve, tudo bem também, ainda que em São Paulo receber 15 pingos de chuva cause um certo estrago emocional.
As cinco sacolas de compras para serem agrupadas em duas mãos carregadas o dia todo pelas ruas de Nova York não trazem o mesmo incômodo que as sacolinhas de plástico dos supermercados seguradas por alguns minutos por aqui. Nem o ônibus que demora nem o metrô cheio.
Trânsito? Só é transtorno se fizer parte do caminho de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Na Highway 1, na estrada que leva a Cinque Terre ou nas ruas da Tailândia, ele é motivo para curtir o visual ao lado, ouvir uma música alta e lembrar de histórias divertidas com quem estiver ao lado
Se a unha com esmalte roxo descascar, o sapato não combinar, o cabelo armar, a meia-calça furar e o vestido amassar, não há chateação. Se o garçom italiano não lhe der atenção, se o americano o xingar e se o inglês não lhe passar informação não é motivo para amolação. Afinal, problema mesmo é receber uma estupidez no bairro do escritório ou na vizinhança do prédio.
Lá fora, do País e da rotina, a tal da plaquinha de “Não perturbe” não parece ser muito usada. Apenas uma ou outra meio perdida é vista pendurada na maçaneta das habitações. Já por aqui a história é outra: a vontade é pendurá-la na testa para todo mundo ver.
Quem sabe no próximo retorno de viagem esta não seja a meta? Que sumam as plaquinhas de “Não perturbe”. E que aqui, ali ou em qualquer lugar, o cotidiano seja como o das viagens: sem estresse.
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