Não é preciso viajar para longe para beber muito vinho. É só ir para o interior de São Paulo, e fazer a rota da uva de Jundiaí, a 40 quilômetros da capital.
É uma viagem gostosa para o fim de semana, com muita bebida e muita comida boa. Na cidade cheia de descendentes de italianos, os produtores de uva resolveram aproveitar a fruta e passaram a produzir vinho.
A maior parte do vinho de Jundiaí é o vinho de mesa (aquele mais doce). Isso porque ele é produzido com a uva para consumo (e não a uva vitivinífera, de vinhos).
A principal é a Niágara (Jundiaí é o maior produtor de uva Niágara do Brasil) , mas ainda há a Isabel, Moscatel e uvas importadas do sul próprias para vinho para vocês provarem Bordô, Syrah, Sauvignon Blanc…
Na viagem, o negócio é ir de uma vinícola de Jundiaí para a outra com a finalidade de experimentar os vinhos junto com quitutes feitos pelas famílias, como pães caseiros, bolos, geléias. Enfim, preparem-se para uns quilinhos a mais. Até porque além do vinho, ainda há cachaçarias e cervejarias deliciosas.
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Como chegar na Rota da Uva de Jundiaí
Dá para ir de carro próprio para rodar por Jundiai à vontade ou fazer um passeio bate e volta de trem desde São Paulo nos primeiros, terceiros e quartos sábados de cada mês.
Um trem sai da Estação da Luz e chega até a Estação Ferroviária de Jundiaí. Lá é só pegar o passeio da Mania de Trilha, que inclui a visita a duas adegas, um restaurante, uma loja e as degustações por R$ 35. A rota do vinho de Jundiaí é em alto estilo: o grupo roda em um ônibus antigo todo estilizado e o passeio vai das 10h30 às 16h.
Adega Martins
Tem alguns dos melhores vinhos de toda a Rota da Uva de Jundiaí. Em primeiro lugar é necessário saber que ela é gerenciada por Amarildo Martins e a esposa Silvia, que recebem os turistas e explicam muito bem sobre o processo de fabricação, mostram a plantação e os tanques.
Junto com os vinhos, eles servem em uma mesa de frente para o parreiral as bolachinhas caseiras feitas pela mãe de Amarildo.
Ele fez o primeiro espumante com uva Niagara registrado pelo Ministério da Agricultura e oferece para provar o vinho branco seco Moscatel, um Niágara Rosé, Bordô e Merlot.
Também leva para conhecer o método champenoise com que faz os espumantes e, em uma pequena loja, vende as garrafas por R$ 20 a R$ 30 cada uma.
“Quando eu engarrafo o vinho, vendo história engarrafada porque eu passei muita coisa para chegar aqui”
Beraldo
O italiano Beraldo di Cali veio para o Brasil em 1905, e se estabeleceu em Guaxupé. Naquela época a fama da uva de Jundiaí já era boa e em 1927 ele resolveu deixar sua fazenda de café em Minas para plantar uva em Jundiaí. Assim sendo, desde aquela época a Beraldo é produtora de uva, mas de vinhos é coisa mais recente.
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Hoje a Beraldo produz vinho de mesa vinhos finos com uvas trazidas do Rio Grande do Sul (Cabernet, Merlot Malbec…), espumantes, vinho licoroso e a mexeriquinha (cachaça curtida na mexerica).
Mas o destaque é o restaurante, tanto que as famílias da região vão lá almoçar nos fins de semana. Em resumo, os pratos são todos com ingredientes locais, como a salada, o queijo, a polenta e o talharim com calabresa.
Fontebasso
Tem vinhos coloniais com tradição de mais de 100 anos. O bisavô de Valdinei, que apresenta adega, chegou ali em 1887 e pouco depois já começou a produzir vinho.
Hoje tem oito variedades de vinho, entre eles da uva corbina, trazida pela imigração. São feitos com uvas da adega, com exceção do Bordô seco e suave, por consequência de ser a única uva que ele não planta na propriedade.
Casa Cereser
É a loja de fábrica de uma das maiores fabricantes de bebidas da América Latina. É líder em cidra no Brasil e exporta para mais de 40 países.
As garrafas ali saem cerca de 10% mais baratas do que no mercado. Tem vinho de Santa Isabel, Niagara, Bordô, Malbec, Chardonnay, Cabernet Sauvignon e a frizzé, uma bebida lançada no ano passado daquelas para tomar na beira da piscina: com sabores de limão com frutas vermelhas, champanhe e laranja amarga, abacaxi e canela.
Assim, quando a visita é em grupos grandes, é servida uma degustação dos vinhos, espumantes e cidras com direito a queijos, salames, azeitonas, frutas e balas.
Vendramim
O vinho é bastante doce, mas tudo bem. O mais gostoso mesmo é conhecer o lugar: o sítio das irmãs Sandra e Vera Vendramim.
Elas são mais algumas descendentes de italianos na região: o bisavô das duas cegou ali em 1887. Hoje, elas não têm mais plantações de uva: compram do Sul.
Dessa forma, diversificaram a produção, que pode ser vista pelos visitantes: porquinhos, vacas, plantações de banana, de pêssego… as andanças são entre tudo isso. Além disso, frutas são vendidas em uma lojinha lá mesmo, in natura ou transformadas em geleias.
Para grupos, as irmãs podem preparar, sob agendamento, café da manhã, almoço ou jantar com produtos do sitio mesmo: bolachas, leite, suco de goiaba e geléias caseiras fazem parte dos quitutes gostosos servidos.
Brunholi
Conhecer a Brunholi é um grande motivo para você não ficar só um dia em Jundiaí durante a Rota da Uva e, dessa forma, passar a noite de sábado para domingo na cidade.
Primeiramente porque tem muito para fazer por lá além da adega: há um museu sobre o vinho em um antigo barril de carvalho, uma fazendinha (com as estrelas: o porco Panceta e o minihorse) e uma horta com abacate, figo, amora, cereja e outras frutas.
Além disso, é possível dizer que lá dá para ter uma manhã de domingo bem gostosa: o café da manhã no restaurante da Brunholi é uma orgia gastronômica: um bufê com 80 itens, como bolo vulcão de Nutella e leite ninho, pudim de uva, bolinho de chuva, croquetes, pai de ervas, pai de cenoura, tapioca e, claro, iogurtes, sucos, chás, café… O bufê é servido aos sábados e domingos, até às 11h30, e custa R$ 35 no sábado e R$ 39 no domingo.
Na sexta à noite, ali é servido um rodízio de massas, e nos outros dias, no cardápio a la parte o carro chefe é a parmegiana.
A Brunholi tem um vinho clássico, mas produz também espumante, vinho branco e a caipirinha pronta Brunholi — como resultado as bebidas já renderam prêmios, como ouro na 16ª edição brasileira do Concurso Mundial de Bruxelas. Na loja, as garrafas custam uma média de R$ 25 a R$ 35.
Marquesim
Não dá para saber se a grande atração da Adega Marquesim é a loja que está dentro de um tonel de 90 mil litros ou o administrador da adega, Evandro Marquesim.
Ex-caminhoneiro, hoje ele gere a produção do avô com muitos projetos (pretende aumentar a produção das uvas Niágara, Corvina e IAC) e com muito amor. Assim, ele trata a adega como um local sagrado:
Entro na adega e cumprimento o vinho. Se vou mexer com o vinho, aviso: ó, vinho, vou tocar em você, tá? Ele é vivo, absorve as energias. E tem dado certo. Comecei com 2 mil litros e gora já estou com 6 mil litros
Adega do Português
Entre tantas adegas de descentes de italianos na Rota da Uva de Jundiaí, a Adega Português é a única de… descendentes de portugueses.
Também é a única administrada por uma mulher: a simpática Angela Coelho Moniz. Ela gosta de mudar a decoração todo mês e arrumar as videiras.
E, para honrar o sangue português, quer em breve passar a produzir vinho do porto e inaugurar um restaurante de comida portuguesa em uma casa de 100 anos de história na propriedade.
Angela mostra a plantação (é bem interessante ver a técnica das videiras em Y), explica sobre pragas e leva para ver os barris, todos enfeitados com florzinhas.
Ali ela oferece para degustar os vinhos, os colores e os licores como o Tradição, feito com vinho, uva passa, vagem de baunilha e chá preto.
Dessa forma, para quem quiser levar para casa, o vinho custa R$ 16, o licor R$ 24 e o cooler R$ 18.
Galvão
O avô de Junior Galvão montou a adega em 1950. Assim, em 2010, com a morte do avô, o lugar ficou abandonado e foi então que em 2016, o engenheiro Junior Galvão, que trabalhava em automação na industria, resolveu assumir e reativar o negócio.
Além dos 90 pés de videiras (no lugar que já teve 10 mil) e da produção de vinho, ele faz uma boa cerveja artesanal, a Galvao Beer, que você pode provar por lá (e colocar uma cervejinha no estômago para quando o vinho cansar).
Costa Maziero
É a mais movimentada das adegas da Rota da Uva de Jundiaí. Assim, os barris com os vinhos ficam ali à disposição e é só pegar um copo e ir tirando a bebida para provar.
Se você for em um grupo de excursão, surpreendentemente a degustação é acompanhada de cookies e de um delicioso bolo de uva, daqueles que lambuzam a mão roxa de tanto recheio.
A Costa Maziero também é bastante buscada porque ficou famosa com a visita do Papa Bento ao Brasil. O vinho Niagara rosado da adega foi o escolhido entre 23 amostras de todo o país para ser servido ao papa. Em seguida, com a vinda de Francisco, foi de novo o vinho selecionado.
Cachaçaria em Jundiaí
Pois é. Preparem-se para beber. E deixem um espaço para a cachaça porque vale bem a pena conhecer a Cachaçaria Casa Grande.
Quando chegar no endereço, não estranhe: você vai encontrar uma loja com rações de todos os tipos, selas de cavalo , botas e chapéus de boiadeiro. Isso porque a cachaçaria está no último andar desse shopping center fazendeiro.
Não tem mesas. Assim, o esquema é o seguinte: você vai encontrar 60 tipos de cachaça para degustar à vontade. tem de tudo o que você pode imaginar: jacamanga, carambola, jenipapo preto, amora, jaca, pera, erva doce e por aí vai.
Dica: Valmir de Souza, quem produz tudo isso, vai querer te apresentar a cachaça envelhecida em barril de carvalho (o uísque das cachaças), e não tenha medo: é uma das melhores.
Posteriormente, se quiser uma das cachaças para levar, é só pegar a sua garrafinha por R$ 15 e encher com a sua preferida. Simples assim. O problema é que é impossível provar só uma, duas, três…
Onde comer em Jundiaí
A rota da uva não é só bebida. Você vai comer muito bem, o que ajuda a balancear o álcool no sangue.
Para o jantar, a dica é o O Italianão, que apesar do nome (por ter sido inaugurado por um italiano), tem como carro-chefe os frutos do mar.
O abadejo a belle meuniére (por R$ 129 para duas ou três pessoas) é macio e bem servido, acompanhado de camarão, alcaparra, champignon puxado na manteiga e azeite.
Existem muitos bares espalhados pela rota da uva de Jundiaí
Depois, para a noite, um bar bem agradável é o Open Tap, aberto em dezembro de 2017.
Esse também tem um sistema diferente: dez chopes artesanais ficam disponíveis em bombas como a dos postos de gasolina.
Dessa forma, o cliente compra um cartão por R$ 10, carrega com o valor que quer e depois é só ir tirando o próprio chope (cobrado por litro).
É um ótimo sistema porque assim você pode provar mais de um chope e colocar a quantidade que quiser no copo.
Alguns diferenciais interessantes
O lugar conta com espaço kids com monitores, jogos para os adultos, cobertores e um armário para guardar os copos dos clientes mais fieis. O cartão também pode ser recarregado por um app.
Caso você queira um prato doce
Na hora que bater a vontade de um docinho, o lugar é a Vendinha do Alto. Não tem um cardápio, assim os doces saem conforme a disponibilidade dos ingredientes e conforme a inspiração das donas.
Tem brigadeiro, cajuzinho de colher, pudim de leite, tapioca e outras perdições. O lugar também serve comida e nas sextas-feiras e, o forte, certamente é o torresmo e o virado à paulista.
Também existem as opções saudáveis
Já para dar um tempo na comilança e partir para frutas e verduras, passem no quiosque “Por falar em uva” e no Hortifruti.
O primeiro é um quiosque de frutas, mas é tão ajeitadinho pela Dona Nilce, que vale a visita.
Isso porque ela colhe as frutas da sua própria horta na madrugada anterior, então é tudo fresquíssimo.
Já no hortifruti, é você quem pode colher o seu próprio alface, sua couve e outras verduras para levar para casa.
Em frente ao Hortifruti, o Kiosque Roseira é um clássico da cidade. É da dona Laurinda, uma senhora fofa que começou com um carrinho, depois passou a vender ai em uma barraca de alvenaria e hoje é tão grande quanto um bar.
Assim, ela vende coxinhas de queijo (em tamanho GG por R$5), mas os sabores são vinte: há 3 queijos, carne seca, file mignon… prove também o suco de uva natural feito com Santa Isabel (parece a uva pura prensada) e o açaí.
*Viagem a convite da Rota da Uva de Jundiaí. O conteúdo do post é independente, baseado na opinião livre da autora
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