Nunca vai faltar assunto com um turista no Vietnã. Pode ser o recepcionista do hotel, a vendedora de frutas ou um outro gringo no bar: em algum momento todos vão fazer a usual pergunta: “Qual o seu roteiro no Vietnã? Você está seguindo do sul para o norte ou do norte para o sul?”. No comprido país, com fronteiras com o Camboja no sul, Laos no centro e com a China ao norte, o melhor e o mais comum é percorrê-lo de uma ponta a outra: de Ho Chi Minh a Hanoi ou de Hanoi a Ho Chi Minh. Tanto faz se for no início ou no fim da viagem: saiba o que fazer em Ho Chi Minh
Nesse percurso, o clima e o cenário vão se transformando pouco a pouco. O que não muda é que você vai sempre viver experiências exóticas.
Em um domingo dormia em meio aos campos de arroz de Sapa esparramados por uma infinidade de degraus, e na quarta-feira eu estava em um navio com o visual de duas mil ilhas rochosas emergindo na baía verde-esmeralda de Ha Long Bay. Ou, eu contemplava toda maravilhada os majestosos templos chineses de Hoi An, e em poucas horas, aterrissava em shoppings modernos em espigões envidraçados de Hanoi.
Como é o Vietnã
Prosperidade e tradição não costumam caminhar juntos. Mas no Vietnã os dois não se desgrudam. A população até hoje usa aqueles tradicionais chapéus cônicos de palha para trabalhar no campo ou para vender legumes nas grandes cidades. Mas junto com isso tem hotéis cinco estrelas (e de ótimo custo-benefício), bares animados, cafés estilosos e restaurantes refinados, com a boa gastronomia baseada em frango e frutos do mar. Tudo isso envolto de muita segurança, já que não tem risco algum de bater perna por lá nem de tarde nem de madrugada. Fui sozinha, andei sozinha e o risco é praticamente zero.
Ho Chi Minh
Caso você comece a sua viagem pelo sul, como eu fiz, vai desembarcar em Ho Chi Minh. A cidade é ultramoderna, pulsante e um tanto quanto caótica, principalmente por conta do tsunami de motos que passa nas ruas. São 11 milhões de habitantes e 6 milhões de motos, que levam crianças, e às vezes, até três pessoas na garupa.
Para conseguir passear a pé sem tensão, é preciso levar a sério a instrução de como atravessar a rua. Faixas de pedestre e semáforos verde e vermelho não servem para nada e não fazem a menor diferença. Portanto, para sobreviver é só cruzar a rua mantendo a velocidade dos passos constante. Deixe que as motos desviem e não titubeie, mesmo que elas passem tirando fina. Você tem que se enfiar com a cara e a coragem (literalmente). Depois desse aprendizado, você está livre para andar sem medo pela cidade.
Organize a sua viagem:
O que fazer em Ho Chi Minh
A parte turística é o Distrito 1, na região central. Ali, o planejamento das ruas e avenidas é herança da ocupação francesa. Por isso, apesar das motos por todo lado, tem vários bulevares e calçadas largas e arborizadas. Os franceses também deixaram em Ho Chi Minh belos prédios, que estão com a pintura perfeitinha: a Ópera, a prefeitura, a Catedral de Notre-Dame e os suntuosos hotéis Rex e Majestic. Você consegue ver tudo isso andando a pé pelo Distrito 1. Mas a mais concorrida construção francesa de Ho Chi Minh é o Correio Central, projetado pelo arquiteto mais bambambã da França: Gustave Eiffel, aquele que projetou também a Torre Eiffel.
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Inspirado em estações de trem, o prédio do correio em Ho Chi Minh é enfeitado por fora por um imenso relógio. Por dentro, o correio ainda está em funcionamento, então você vai encontrar de turistas a idosos escrevinhadores de cartas. É possível escolher um cartão-postal, com pinturas e dobraduras meticulosamente feitas à mão, escrever a sua mensagem, comprar um selo e enviar para o Brasil. Pode confiar: eu experimentei. Chega no endereço brasileiro em cerca de duas semanas e pode ser uma lembrancinha criativa.
Dali, é só andar mais uns dez minutos e você vai chegar ao Palácio da Reunificação, que não tem o charme francês, mas merece a visita. Foi bombardeado em 1962 pela força aérea do Vietnã do Sul e reconstruído em 1966, com aquela arquitetura quadradona comunista nada bonita.
Rodeado por jardins simétricos, tem salões espalhados por cinco andares, bunker e salas de controle de telecomunicações, tudo aberto à visitação. não vá esperando encontrar nos aposentos o requinte dos palácios europeus e russos (principalmente o simples dormitório do governante), mas os salões do Palácio da Reunificação têm tapeçarias e um mobiliário oriental que parecem congelados no tempo. Isso é o mais interessante.
Túneis de Cu Chi: como é
No país que viveu 20 anos em guerra travada entre o norte comunista e o sul capitalista, os tempos de luta agora são só artigo de museu ou em atração turística. Para entender a guerra – parênteses: pela ótica do governo vietnamita – o lugar é o Museu das Memórias da Guerra, que traz as armas e tanques da época. Mas o destaque fica por conta das imagens feitas por fotógrafos da batalha, mostrando a destruição e o lançamento do agente laranja pelos norte-americanos nas florestas do país, que até hoje causa deformações na população.
Já para, literalmente, se aprofundar no que vivenciaram os vietnamitas, é imprescindível ir aos lendários túneis de Cu Chi, a 40 km de Ho Chi Minh, na área rural. Várias agências oferecem o tour e dura só meio dia. Eu comprei na noite anterior para sair na manhã seguinte.
A região é o grande símbolo da esperteza e da simplicidade usada para combater os norte-americanos. Em uma trilha na floresta, você verá as folhas dobradas pelos vietnamitas sinalizando que os norte-americanos haviam passado por ali. Pequenos buracos na terra, lotados de pregos, demonstram como foram trucidados os inimigos que caíam na armadilha, e sandálias com as tiras no lugar dos calcanhares foram as responsáveis por confundir os inimigos formando pegadas ao revés.
E, se ver tudo isso não for suficiente para entender os truques, os destemidos podem caminhar por parte dos apertados túneis usados pelos vietnamitas. Fui toda corajosa e confesso que mesmo com os meus 1,53m foi por desconforto. Não completei o caminho e saí na primeira saída possível.
O som dava mais clima: uma sequência interminável de tiros com AK-47 eram a trilha sonora. Eles são disparados na área turística mesmo, pelos visitantes que queiram sentir o estranho gosto amargo de atirar uma vez na vida. A atividade tem um custo extra e como eu não pretendo atirar nunca na vida, não vi utilidade em participar da “brincadeira”.
O passeio termina com uma degustação de tapioca, a única palavra que você entenderá em vietnamita. Se o nome é o mesmo, a diferença é que por lá essa é a mandioca crua, chochada em amendoim, como faziam os soldados do país.
Como o tour dura só meio dia, sobra tempo para ir a um restaurante. Comi no descolado e colorido Propaganda, a 5 minutos a pé do Palácio da Reunificação. É ótimo para um almoço despretensioso, especialmente para provar o prato mais famoso do país, o Pho Bo, ou pratos como arroz com manga e salada de edamame.
Para a noite, uma dica de restaurante é o Nha Hang Ngon. Sério. Guardem tempo para ir até lá. O menu tem tantas páginas quanto um livro, e inclui pratos e bebidas vietnamitas, tailandesas, chinesas e japonesas em um ambiente de três andares, com jardim a céu aberto e fontes no interior. Eu poderia ir todos os dias e sempre provar um prato diferente. O preço do restaurante? Uma média de US$ 5 cada prato.
Passeio para o Mekong Delta: vale a pena?
Depois do passeio aos túneis de Cu Chi, o segundo passeio mais procurado e oferecido por todas as agências é o tour ao delta do Rio Mekong. Na estrada, planícies alagadas dominadas por campos de arroz surgiam aqui e ali, até My Than, a cidade na beira do rio a duas horas e meia de Ho Chi Minh. Era a vez então de subir em um barco e navegar a frente de casas flutuantes, com gente que vive da produção de mel, de artigos com coco e da pesca.
Os turistas podem conhecer tudo isso. Têm a chance de se enrolar em cobras, comer mel direto do favo, provar o tradicional snake wine (pois é, um vinho com uma cobra dentro e com mais gosto de cachaça do que de vinho), assistir a grupos musicais, e tomar água de coco.
Suecos balançavam o coco impressionados com o fato de haver tanta água dentro da fruta. Enquanto isso, os norte-americanos estavam chocados com o tamanho a que chega uma jaca. E, como tudo nesse passeio, para os brasileiros a vida da comunidade ribeirinha e a paisagem tropical não são tão deslumbrantes assim.
Os brincos feitos de coco, a água de coco e os moradores da região não têm nada de diferente do Brasil. Mas às vezes pode ser interessante o passeio até para descobrir isso.
Hostel em Ho Chi Minh: Onde ficar
Para quem quer economizar, indico o hostel em que eu fiquei em Ho Chi Minh: o Della Boutique Hotel. O Vietnã tem hostels-butique, com decoração moderninha, conforto e tudo muito limpo. O Della está no Distrito 1 e dele dá para ir às principais atrações a pé. Os quartos têm terraço, geladeira e uma saleta. O que eu gostei é que o banheiro está dentro do quarto mas é separado por um corredor e uma porta, o que dá bastante privacidade.
O hostel ainda dá shampoozinhos e cada cama tem uma tomada e lâmpada individual, o que é ótimo para não atrapalhar o coleguinha.
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